quinta-feira, 13 de março de 2014

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Roteiro próprio com exemplo

Nada melhor para exemplificar algo, que a mostra prática e assim, vamos postar aqui o roteiro de um curta metragem que deverá ser produzido. É o primeiro tratamento, como é denominado o rascunho primário, e depois, produção, direção e roteirista debatem ajustes que podem ser feitos para um melhor entendimento do público alvo. Alguns roteiros passam até por cinqüenta tratamentos pelo roteirista, que deve sempre seguir a linha principal para ilustrar a história central.
Sem mais, vamos logo ao roteiro:

PEDRA PRECIOSA
CENA 01 (Dia/interna)
Casa humilde, uma mulher já com idade um pouco avançada (Ana), penteia os cabelos de uma garotinha em trajes escolares de cerca de 10 anos (Jade), que tem nas mãos uma boneca, a qual ela também alisa os cabelos, imitando a avó.
JADE – Porque a mãe colocou meu nome de Jade, vó?
ANA – Sua mãe sempre gostou de uma pedra preciosa, verde, com a qual se fazem jóias, que tem o nome de Jade meu amor! E como ela sabia que você seria essa jóia de menina, achou ser um bom nome!
JADE – Segunda feira é meu aniversário vó! Eu vou ganhar uma jóia feita com Jade?
ANA – Ainda não! Jóia só quando for já grandona!
JADE – Mas eu sou grandona... Já vou fazer doze anos!
ANA – A vovó Ana não vai te dar uma jóia, mas vai ganhar uma boneca de olhos verdes e pode dar o nome dela de Jade dois, que tal?
JADE – O que eu queria mesmo era ter uma irmã ou irmão pra brincar, mas sem pai e mãe, eu acho que vou ficar só com bonecas mesmo!
ANA – Nunca diga que não tem mãe Jade! (chamando-lhe a atenção) Você tem sim, uma mãe que te ama demais e que ainda vai voltar pra nós!
JADE – A senhora fala... Fala... Mas ainda não me falou porque a minha mãe me abandonou depois que o pai morreu.. (dengosa)
ANA – (levantando-se rapidamente e pegando a mochila de escola e entregando a Jade) Vai chegar atrasada menina! (empurrando-a em direção a porta e tomando a boneca das mãos dela desajeitadamente, em clara demonstração de nervosismo) Vai... Vai... Vai... Na volta à gente conversa!

CENA 02 (Seqüência da cena anterior)
Ana fecha a porta após a saída de Jade e volta-se, largando-se na mesma cadeira de antes com um suspiro de misto de indignação, nervosismo e irritação. Percebe a boneca em suas mãos e contracena com ela. Enquanto fala, cenas são mostradas paralelamente ilustrando as palavras.
ANA – Me diga como eu vou falar a verdade prá essa menina? Como vou dizer a ela que sua mãe encontrou o pai a bolinando no quarto enquanto ela dormia e não pensou duas vezes antes de atacá-lo? Que ele fugiu pela janela e ela saiu pela porta atrás dele, depois de pegar uma faca aqui na cozinha? Como vou dizer que o vagabundo conseguiu fugir e ela voltou ao quarto, tendo encontrado a filhinha recém acordando e a abraçando? Que sua mãe não ficou satisfeita e tornou a ir atrás do bolinador, tendo o cuidado de levar a faca escondida na bolsa? E lá no boteco do seu Ari, o encontrou no balcão falando com uma fulana e nem falou nada... Ficou ajoelhada até que os policiais a levaram... Como vou dizer isso pra uma menina inocente? Como posso não atender o pedido da mãe dela???

CENA 03 (Dia/interna)
Enquanto a narrativa em off, Marcia entra na casa humilde e vai direto ao quarto da filhinha, cantarolando.
MARCIA – Eu vou... Eu vou... Acordar minha jóinha agora eu vou.... Eu vou... (Ao abrir a porta, close de Marcia surpreendendo-se em um crescente até que lágrimas aflorem. Corte para close do rosto de Pedro olhando para Marcia e Jade na cama alternadamente. Até que se ouve a voz de Marcia.) Seu desgraçado! (sibilante)

CENA 04 (Sequencia)
Take de Marcia retornando e pegando uma faca de sobre a pia e girando de volta para o quarto. Take de Pedro abrindo a janela e saindo rapidamente. Marcia observa a filha dormindo, que até então não pode ter sido mostrada, antes de sair pela porta amaldiçoando Pedro. Deve ser dado um close em Jade dormindo e o foco mostrando cobertas no chão, apenas para que fique claro que ela havia sido descoberta por Pedro.

CENA 05 (Externa/Dia)
Corte para Márcia com a faca nas mãos, andando por uns cinqüenta metros, e como não mais vê Pedro, retorna.

CENA 06 (interna/Dia)
Quando Marcia entra, Jade está na porta do quarto, encostada no batente e esfregando os olhos, com uma boneca em uma das mãos.
JADE – Eu to com frio, mãe... Acho que eu derrubei o cobertor!
MARCIA – (Abraçando carinhosamente a filha, sem perceber que ainda está com a faca nas mãos) Vem aqui meu amor! A mãe esquenta você! (Enquanto a abraça, Marcia ouve a voz da filha e gradativamente seu olhar percebe a faca e reage conforme as frases ouvidas)
JADE – Eu tava sonhando que você estava dando banho em mim, mãe! Até senti que estava passando sabonete no meu corpo pra que eu ficasse bem limpinha! (rindo)
MARCIA – (Com afetação e raiva na voz, mas não deixando que a filha perceba) A mãe vai mesmo deixar você bem limpinha filha, mas agora, preciso que você volte a se deitar mais um pouco, pois tenho uma coisa muito importante pra fazer, antes que a vovó chegue do mercado, ta? (Enquanto fala, Marcia coloca a filha na cama e depois de cobri-la carinhosamente, a beija e sai antes que a menina perceba suas lágrimas.

CENA 07 (Dia/interna/externa)
Em um bar, Pedro está no balcão tomando uma cerveja e rindo, tendo a frente uma mulher (Isabel). O ângulo deve mostrar ao fundo, Marcia se aproximando com uma bolsa a tiracolo e com uma das mãos dentro dela.
PEDRO – Ela é meio doida mesmo! Ciumenta demais! E olha que se fosse uma mulher feia, até dava pra entender o ciúme, mas ela é bonita!

CENA 07 – (Dia/interna)
Com um ângulo de meio corpo, o foco deve mostrar Pedro rindo e Marcia aproximando-se por trás dele, e tirando a mão de dentro da bolsa, empunhando a faca. Close do rosto de Pedro expressando uma dor agoniante e escorregando vagarosamente até o chão, mostrando ainda dor de outros dois golpes nas costas.
Take como se Pedro estivesse vendo Márcia desfigurada, levando a faca por diversas vezes e golpeando-o enquanto balbucia “vagabundo, canalha, sem vergonha”.

CENA 08 – (Dia/interna)
Ângulo aberto, mostrando Pedro caído, a faca no chão ao lado do corpo e Marcia, sentada sobre os próprios joelhos, sacudindo o corpo pra frente e pra trás, como que embalada por uma canção que sai sussurrada de seus lábios.
MARCIA – Eu vou... Eu vou... Limpar o mundo eu vou! Eu vou... Eu vou... Limpar o mundo eu vou!

CENA 09 (Dia/interna)
Policias chegando e algemando Márcia, sem que ela se de conta do que está acontecendo. Entra na viatura, algemada e continua a cantarolar.

CENA 10 (Interna)
Ana diante de Márcia algemada, cercada por duas policiais, diante da porta da cadeia.
MARCIA – A Jade não pode saber disso mãe! Jure que não vai contar pra ela que a mãe dela está em uma cadeia! Jure!
ANA – Mas porque você fez isso Márcia? Por quê?
MARCIA – Faria de novo e de novo e quantas vezes aquele vagabundo merecesse!
ANA – Você ainda vai me contar o porquê disso tudo Márcia... Ah... Se vai...
Enquanto Ana fala, as policiais encaminham Márcia que se apruma com galhardia e enfrenta o corredor da Cadeia como se fosse um local que a honraria.
ANA – (Cabisbaixa) Eu ainda vou saber o porquê tudo isso... Ah... Vou!
POLICIAL – As testemunhas disseram que ela ficou com ciúmes dele estar conversando com a dona do Bar senhora... É só o que sabemos!
ANA – Mas nem se ele estivesse no quarto com uma vagabunda, minha filha faria isso! Mas a verdade ainda vai aparecer... Ah... Se vai!

CENA 11 (Externa/dia)
Corte para cena panorâmica da Escola de Jade, onde ela e algumas crianças brincam, enquanto alguns garotos podem ser vistos em uma pequena roda de amigos, em que um deles destaca-se (Fabio) por estar mostrando algo aos outros. Não deve ser mostrado o objeto, criando suspense com as palavras seqüentes.
PEDRO – É de verdade mesmo?
FABIO – Claro que é, seu bobão! (superior) Nunca viu não???
CARLOS – Mas, nem bala tem!
FABIO – Eu não ia trazer pra mostrar pra crianças com balas, né? (ainda com superioridade) Mas, quando eu trazer as balas, eu também mostro!

CENA 11 (Externa/dia)
Professora Kátia aparece à porta e chama as crianças que o horário do recreio já se encerrou. Algazarra das crianças para entrarem na sala, ficando Fábio por ultimo, escondendo o objeto na cintura, de costas para a porta.
KATIA – E o senhor, seu Fábio! Vai ficar aí fazendo gracinhas ou entrar?
FABIO – Estou indo professora Kátia! (irônico)
Todos entram e a professora começa a chamada.

CENA 12 (Externa/dia)
Cena onde Ana está diante da Escola esperando por Jade, com um pacote de presente nas mãos, e os garotos que estavam reunidos passam perto dela e Carlos instiga Fabio.
CARLOS – Se segunda feira você não trouxer o que prometeu, o bobão é você, ta?
FABIO – Vou esfregar na sua cara otário!...
Enquanto as vozes e risos dos meninos vão diminuindo, Ana vê Jade e sorri carinhosamente.
JADE – Diz que é a minha boneca, vó! Diz! (com excitação na voz)
ANA – Seu aniversário é domingo mocinha! Só depois de amanhã!

CENA 13 (Externa/dia)
Pátio da cadeia, Márcia olha ansiosamente para a porta, sentada em um colchonete. Deve mostrar que seu olhar ansioso transforma-se em alegria incontida. Ana entra pela porta, carregando algumas sacolas. Márcia levanta-se e vai até ela, abraçando-a com carinho.
MARCIA – A benção mãe! (com as mãos postas e é abençoada)
ANA – Deus te abençoe magrela! (avaliando a filha de alto a baixo) Tem que sair logo daqui mesmo pra eu colocar um pouco de carne nesses ossos menina!
MARCIA – Aqui no SPA a gente emagrece mesmo mãe! (misto de ironia e graça)
ANA – Quem dera você estivesse mesmo em um SPA filha! Quem dera!
MARCIA – Ei, ei, ei... Vamos mudar de assunto, ta? Já basta eu ter que aceitar isso tudo por causa daquele traste e saber que a senhora passa pela humilhação da revista quando vem me ver! Eu quero é saber dela!
ANA – De quem??? (graceja Ana)
MARCIA – Da minha pedrinha preciosa sua chata! (finge esganar a mãe com as mãos) A minha pedrinha que amanhã faz 12 anos! (com lágrimas contidas)
ANA – Sua pedrinha preciosa só me dá um trabalho Márcia! Cada dia mais linda e mais inteligente! Olha! (mostra algumas fotos de Jade, e enquanto Márcia as folheia em um misto de alegria e angústia, continua) O único trabalho que ela me dá, é conseguir esconder dela o porquê de a mãe tê-la abandonado! (Mãe e filha entreolham-se expressando a angústia da situação)
MARCIA – Ela não pode saber mãe! Não pode saber que a mãe é uma assassina! Especialmente saber o porque a mãe matou o pai dela!
ANA – Uma assassina não! Uma exterminadora de verme!
MARCIA – Jure que não vai contar prá ela, mãe... Jure!
Ana abraça a filha. Passagem de tempo, com uma lua cheia percorrendo o céu, até o nascer do sol.

CENA 14 (Interna/dia)
Ana na cama, Jade a desperta. Ambas em roupas de dormir.
JADE – É hoje vó! É meu aniversário!
ANA – Tá doida menina! (braveza fingida) Desse jeito você mata sua avó de susto!
JADE – Eu quero a minha Jadinha! Eu quero! Eu quero!
ANA – Tá! Pega ela ali no guarda roupas, antes que eu tenha que lhe dar uma surra sua pirralhinha!
Jade pega o pacote de presente e sem nenhum cuidado, rasga o papel e se depara com uma linda boneca de olhos verdes.
JADE – É linda vó! É a Jade dois!
ANA – Parabens meu amor! Já ta ficando uma mocinha mesmo!
JADE – Eu não vou ficar mocinha enquanto minha mãe não voltar, ta? (amuada e expressando teimosia)
ANA - (Dando um carinhoso beijo e um tapa na bunda da neta, quando percebe que ela fica amuada) Agora vai brincar com a Jade mais o que fazer!
Jade sai com abraçando a boneca enquanto é dado um close em Ana que expressa tristeza e preocupação com a situação da menina.

CENA 15 (Interna/dia)
Takes de diversos ângulos de uma festa infantil, onde é cantado parabéns para Jade, findando com uma panorâmica da cama dela, onde umas trinta bonecas sentadas voltadas para a porta, expressam alegria, e um close de Ana expressando alegria e cansaço.)

Passagem de tempo, onde a lua cheia da noite passada é encoberta por nuvens negras.

CENA 16 (Interna/dia)
Takes de Jade arrumando-se para ir para a escola e de Ana ainda adormecida. Jade já pronta, na porta do quarto, olhando para as bonecas que ficam voltadas para a porta como que se despedindo ou esperando seu retorno.
JADE – Mamãe já vai filhinhas, mas não fiquem tristes, porque logo eu volto, ta? (joga um beijinho)

Corte para o céu encoberto por nuvens negras, como que anunciando tempestade.

CENA 17 (Interna/dia)
Take de Ana acordando sobressaltada, como que por um som de raio. Olha o relógio e vê que marca 09h15min. Levanta-se rapidamente.
ANA – Meu Deus! Acho que dormi demais! A Jade vai perder a aula!
Chega na cozinha e percebe que a neta já foi, pois a mochila de escola não está ali nem o lanche previamente preparado.
ANA – Estranho! Ela já foi! Acho que não quis me acordar!Tem horas que eu penso que essa menina é adulta demais pro tamanho dela! (Enquanto fala, Ana vai arrumando algumas coisas na cozinha. De repente, sente um calafrio como que assombrada por uma sombra branca que passa perto de si. Volta-se como que suspeitando do que viu.) Jade! É você filha? (Enquanto pergunta, dirige-se cuidadosamente para o quarto da neta) Se você não foi pra aula, não tem problema Jade! A vó também dormiu demais!
CENA 18 (Interna/dia)
Ao abrir a porta, Ana assusta-se, pois as bonecas na cama estão todas de costas para a porta e ouve lamentos infantis. Ao olhar para o local onde as bonecas estão viradas, não há parede ou teto, mas sim, como que uma nuvem negra bamboleante que silva como um tornado. Os sons são sobrepostos por sirenes policiais e de viaturas de pronto atendimento.)
ANA – Jade! (angustia crescente enquanto volta-se rapidamente e dirige-se para a porta. Ao abri a porta, depara-se com uma ambulância e uma viatura policial passando com sirenes ligadas) Jade, Meu Deus, Jade.... Jade!

CENA 19 (Externa/dia)
Take de Ana correndo na rua, de chinelos e ainda com a roupa de dormir. (Primeiro em close mostrando o desespero da mulher e depois, por trás, podendo ser vistas as viaturas ao fundo, diante da Escola.)

CENA 20 (Externa/dia)
Panorâmica da frente da Escola e de aglomeração de pessoas. A professora Kátia diante da Escola, vê Ana e vai ao seu encontro.
KATIA – Dona Ana! (abraça-a) Aconteceu um acidente!
ANA – Acidente? (como que não entendendo a frase) Que acidente? Como assim? Cadê a Jade?

CENA 21 (Externa/dia)
Carlos e outros meninos reunidos junto a aglomeração de pessoas.
CARLOS – Disparou a arma quando ele foi me mostrar!

CENA 22 – (Externa/dia)
Um policial sai escoltando Fabio e coloca-o na viatura. Deve ser visto na mão do policial que há um revolver que ele carrega com o tambor aberto.

CENA 23 – (Externa/dia)
Take de uma maca carregando uma vítima coberta e enfermeiros tentando socorrê-la.

CENA 24 (Externa/dia)
A professora Kátia olhando nos olhos de Ana.
KATIA – A arma dele disparou e... (suspiro angustioso de Ana)

CENA 25 (Interna/dia)
Corte para as bonecas na cama, em visão do alto prá baixo, e vai aproximando-se gradativamente dos olhos de Jade dois, e adentra um dos olhos, e a imagem evanescente de Jade à porta despedindo-se dela.
JADE – Mamãe já vai filhinhas! Mas, não fiquem tristes, porque logo eu volto, ta?

FIM

terça-feira, 17 de maio de 2011

Roteiro de outro autor

Uma das maiores dificuldades de criação de uma história, certamente é o que se chama “amarração da história”, ou mesmo narrativa ajustada para entendimento.
Muitas pessoas têm idéias de história fantásticas, mas quando tentam colocar no papel, quer seja em romance, conto, ou mesmo roteiro para teatro ou cinema, encontram dificuldades em tornar a história factível ou inteligível, mais ainda quando precisam de aprovação pública como geralmente acontece com produções cinematográficas.
O roteirista tem nesse mercado um filão promissor, especialmente em se tratando de grandes centros como os EUA, onde a profissão é valorizada e não apenas como um adendo à produção, como ocorre no Brasil.
Voltando a grandes centros, nada que seja produzido em vídeo, cinema, ou mesmo espetáculos que visam atingir o público, deixam de ter um roteiro prévio para o trabalho da produção, o mesmo não ocorrendo com países como o Brasil, onde o roteirista não é valorizado e produções muitas vezes são realizadas sem tal profissional.
O “ghost writer”, ou escritor fantasma, é pouco usado no Brasil, mas ocorre e quando isso acontece, é necessário que o profissional tenha um bom entendimento para com o autor da idéia, e que trace até mesmo para si um roteiro do roteiro a ser escrito.
Assim, em uma primeira reunião com o autor da idéia, o roteirista ouve a história como um todo, faz apontamentos dos eventos principais e posteriormente procure a melhor maneira de colocar a narrativa de uma forma linear, sem levar em consideração os contrastes ou mesmo as necessidades de criação própria para dar vida no conteúdo a ser roteirizado.
De posse de tais elementos da narrativa, outra reunião se faz necessária para que ele discorra sobre a história para o autor da idéia, e esse possa destacar os elementos que mais o interessam.
Assim, fica mais fácil para o roteirista ter em mente os fatores que mais tem peso na narrativa, e procure as formas adequadas de destaque para os elementos em questão, mesmo que para tal, tenha que criar situações, personagens ou mesmo ações secundárias para que o foco central seja explicitado com mais vigor.
A maior das dificuldades encontradas pelo roteirista, com certeza é a linguagem cênica que proíbe a personagem central de qualquer trama, de falar de si ou mesmo se auto identificar. Assim, a trama sempre tem que começar pela identificação da personagem com todas as nuances possíveis, sem que dela dependa a auto narrativa. Por isso é importante para o roteirista, uma imaginação fértil ao ponto de ter sempre uma opção para tal.
Como pode ser visto, para o roteirista cinematográfico de história que não sejam próprias, as dificuldades são ainda maiores que os que o fazem de sua própria criatividade.
No próximo bloco, veremos as fases de roteirização, em especial a forma de dar oportunidade para a criação do Diretor da Produção.
Contato:
luizcarlosfenix@hotmail.com